Por: Barbie Magalhães e Nátali Mendes
Nos
últimos anos na comunidade de Itacaré uma nova categoria de “artesãos”: São
garotos (todos negros), de 11 á 14 anos, moradores de diferentes bairros mas
principalmente das periferias, que vendem artesanatos feitos de palha de
coqueiro em forma de rosas, peixes ,grilos e diversas outras formas. Os garotos
aprenderam a técnica com um artesão desconhecido, e desde então passam a maior
parte do dia (em média 14 horas nos finais de semana) vendendo artesanatos nas
praias e no bairro da Pituba, abordando os turistas com a seguinte frase?
“Posso mostrar minha arte?”. O dinheiro é usado para ajudar nas despesas de
casa, ganham aproximadamente de 20,00 à
50,00 reais por dia, já que cada artesanato custa de 2,00 à 10,00 conta um
deles.
No
entanto as pessoas da comunidade têm se mostrado em relação a tais meninos,
principalmente os comerciantes e donos de restaurantes, já que a maneira de
abordagem nem sempre é de forma educada fazendo com que as pessoas se sintam
até mesmo coagidas devido ao fato dos garotos estarem portando facas, que são
utilizadas no corte da palha: “Tem uns que são legais, mas tem outros que são
terroristas, principalmente se o cliente for estrangeiro , eles xingam muito
até ameaçam já que a pessoa não vai entender” afirma o funcionário de um
restaurante do bairro Pituba. Há alguns testemunhos de gente que os viram
puxando a faca pra outra pessoa, inclusive entre eles mesmos. Um comerciante
diz que uma adolescente chegou a ser ferida, ainda que levemente à faca.
Miguel* (nome fictício), tem 11 anos de idade e é um dos meninos de palha
juntamente com seu irmão de 14 anos. Eles trabalham com um grupo de cerca de 11
garotos. Miguel* estuda no período da tarde e usa o resto de dia pra vender o
artesanato. Segundo ele faz o trabalho por que gosta e para ajudar em casa, já
que seu pai trabalha mas sua mãe não: “Meu pai já disse várias vezes para eu
parar de trabalhar narua, mas eu sempre continuo. Minha mãe não liga. O
conselho Tutelar de Itacaré, nesses casos, age baseando-se em denuncias feitas
pela comunidade, os pais são advertidos por escrito, e se o caso de
reincidência for muito grande (como no caso de Miguel*,mais de 5 vezes), é
encaminhado ao Ministério Público.
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