sexta-feira, 4 de maio de 2012

Meninos Futuro de palha?


Por: Barbie Magalhães e Nátali Mendes
Nos últimos anos na comunidade de Itacaré uma nova categoria de “artesãos”: São garotos (todos negros), de 11 á 14 anos, moradores de diferentes bairros mas principalmente das periferias, que vendem artesanatos feitos de palha de coqueiro em forma de rosas, peixes ,grilos e diversas outras formas. Os garotos aprenderam a técnica com um artesão desconhecido, e desde então passam a maior parte do dia (em média 14 horas nos finais de semana) vendendo artesanatos nas praias e no bairro da Pituba, abordando os turistas com a seguinte frase? “Posso mostrar minha arte?”. O dinheiro é usado para ajudar nas despesas de casa, ganham  aproximadamente de 20,00 à 50,00 reais por dia, já que cada artesanato custa de 2,00 à 10,00 conta um deles.
No entanto as pessoas da comunidade têm se mostrado em relação a tais meninos, principalmente os comerciantes e donos de restaurantes, já que a maneira de abordagem nem sempre é de forma educada fazendo com que as pessoas se sintam até mesmo coagidas devido ao fato dos garotos estarem portando facas, que são utilizadas no corte da palha: “Tem uns que são legais, mas tem outros que são terroristas, principalmente se o cliente for estrangeiro , eles xingam muito até ameaçam já que a pessoa não vai entender” afirma o funcionário de um restaurante do bairro Pituba. Há alguns testemunhos de gente que os viram puxando a faca pra outra pessoa, inclusive entre eles mesmos. Um comerciante diz que uma adolescente chegou a ser ferida, ainda que levemente à faca. Miguel* (nome fictício), tem 11 anos de idade e é um dos meninos de palha juntamente com seu irmão de 14 anos. Eles trabalham com um grupo de cerca de 11 garotos. Miguel* estuda no período da tarde e usa o resto de dia pra vender o artesanato. Segundo ele faz o trabalho por que gosta e para ajudar em casa, já que seu pai trabalha mas sua mãe não: “Meu pai já disse várias vezes para eu parar de trabalhar narua, mas eu sempre continuo. Minha mãe não liga. O conselho Tutelar de Itacaré, nesses casos, age baseando-se em denuncias feitas pela comunidade, os pais são advertidos por escrito, e se o caso de reincidência for muito grande (como no caso de Miguel*,mais de 5 vezes), é encaminhado ao Ministério Público.

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